domingo, 3 de julho de 2011

O Brasil se despede de Itamar Franco

A vida é uma caminhada onde cada um de nós tem uma estação final. Durante esta viagem, vamos nos despedindo de amigos e familiares, mas cada um deixa sua marca, sua história de vida, seus feitos em nossas mentes e corações. "O homem se torna imortal pelo legado que deixa para o povo". Na história de Minas, homens fabulosos são imortais e, para citar apenas alguns: Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Carlos Drummond de Andrade, Pelé, Santos Dumont, Chico Xavier, Tiradentes, Aleijadinho e Ary Barroso.

Apesar de não ter sido para Minas o governador que todos esperavam, quando eleito em 1998, não sofreu abalos em sua carreira política, continuando com o apoio dos mineiros e um expressivo e respeitado político, tanto pelo povo quanto por colegas que o consideravem uma pessoa autêntica. Trabalhei muito naquela campanha, fazendo parte do "Comitê Estratégico" junto com Aloísio Vasconcelos, José Roberto Menicucci, Hélio Melo, José Pedro Rodrigues de Oliveira e vários outros integrantes que no momento não me vêm à memória e aos quais peço desculpas.

O Brasil, que vem sofrendo com o desrespeito total à coisa pública, com os escândalos (Mensalão, Mensalinho do Congresso, casos não esclarecidos da Casa Civil, como o de Erenice Guerra e recentemente do todo poderoso Palocci, todos no governo do PT) considerados os mais graves que o próprio episódio que levou Fernando Collor ao processo de "impeachment" e, consequentemente Itamar Franco à Presidencia da República, que surprendeu a nação com seu estilo e competência. Sua carreira foi marcada por sua integridade, temperamento e probidade. Hoje, um dia após sua morte, registra-se uma coleção de depoimentos sobre a pessoa Itamar que, apesar de nascido na Bahia, teve Juiz de Fora como sua cidade, e seu lar e Minas seu campo de atuação.
A foto registra a última vez que estive com Itamar, no lançamento do livro de Arístóteles Drummond, Relatos da Vida - Um Conservador Integral, na Academina Mineira de Letras, em 2010.

Itamar Augusto Cautiero Franco(*)
Bacharelou-se em engenharia civil na Escola de Engenharia de Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1955. Ingressou na carreira política em 1958 quando, filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi candidato a vereador de Juiz de Fora e mais posteriormente, em 1962, a vice-prefeito, não obtendo êxito em ambas as tentativas. Com o início do Regime Militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971 e reeleito em 1972, quando dois anos depois, renunciou ao cargo para candidatar-se, com sucesso, ao Senado Federal por Minas Gerais, em 1975. Ganhou influência no MDB, assim sendo eleito vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 1980, com o pluripartidarismo restabelecido no país, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o sucessor do MDB. Em 1982, é eleito senador novamente,defendendo sempre as campanhas das Diretas já, e votando no candidato oposicionista Tancredo Neves para presidente na eleição presidencial brasileira de 1985. Migrou para o Partido Liberal (PL) em 1986, ano em que concorreu ao governo de Minas Gerais, mas foi derrotado, voltando ao Senado em 1987 pela terceira vez.
Em 1988, uniu-se ao governador de Alagoas Fernando Collor de Mello para lançar uma candidatura à Presidência e Vice-presidência do Brasil, pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Itamar, como Vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo em 2 de outubro de 1992 e o papel de Presidente da República em 29 de dezembro de 1992. Foi em seu governo que foi realizado um plebiscito sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos; o resultado foi a permanência da república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência, foi idealizado o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda. Foi sucedido pelo seu ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.
Opondo-se fortemente a seu sucessor, Itamar cogitou candidatar-se a Presidente em 1998 e 2002, mas não prosseguiu com a ideia e elegeu-se facilmente Governador de Minas Gerais em 1998. Em 2002, apoiou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e opôs à candidatura de José Serra, candidato apoiado por Fernando Henrique. Não tentou reeleição no estado de Minas Gerais. Lançou-se pré-candidato à presidência pelo PMDB em 2006, mas perdeu para Anthony Garotinho, tentando então para o Senado, perdendo a candidatura para Newton Cardoso. Em maio de 2009, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS). (*) texto extraído da Wikipédia - Enciclopédia livre.

Um comentário:

Luiza Miranda disse...

Querida Suzely,
Linda sua foto com o ilustre Itamar Franco.
Seu blog está cada vez mais...
Parabéns...
Gde abraço,