Belo Horizonte
foi a cidade planejada para ser a capital de Minas pelo engenheiro paraense
Aarão Reis, entre 1894 1897; tendo como exemplo Washington a La Plata, na
Argentina.
Interessante é
que foi construída antes mesmo da invenção do automóvel , mas com ruas largas
de 20 metros e avenidas de 35 a 40 metros de largura, isto
dentro da Avenida do Contorno. Entre 1945/50 a cidade se desenvolveu para fora
dos limites da Avenida do Contorno e os
proprietários das glebas, para ganhar
mais lotes estreitaram as ruas pela metade, para 10 e 12 metros, e as Avenidas
para 15 e 20 metros de largura.
Houve assim, já
em plena era do automóvel uma involução urbana em BH, com o estreitamento das
ruas e avenidas pelas metade graças à especulação imobiliária visando apenas o
aumento do numero dos lotes em média de 360 m² (12x30).
O Parque
Municipal, grande área verde central que tinha mais de 550.000 m² foi reduzido
para os atuais 150.000 m². Os limites eram da Avenida Assis Chateaubriant até o Bairro
Floresta e pela Avenida Alfredo Balena até a Praça Hugo Werneck (Santa Casa de
Misericórdia) cujos espaços foram ocupado pela Rede Hospitalar, pelo DER MG e pelo
campo do América, atual Extra Hipermercados.
Como os córregos
(Acaba Mundo, Gordura, etc.) foram canalizados e transformados em vias de
automóvel em detrimento das áreas verdes margeando estes córregos eliminando as
areas verdes (meio ambiente) em função do uso do automóvel, da qual o
planejamento urbano desta BH foram realizadas em função do automóvel e não do
homem.
Antigamente o
calçamento das vias publica nos bairros eram com calçamento poliédrico, com
solo que absorviam as águas pluviais (de
chuva0 e evitava enchentes . Atualmente em nome do progresso a pavimentação das
ruas estão sendo todas asfaltadas, impermeabilizando o solo, aumentando assim o
volume das águas provocando enchentes no Ribeirão Arrudas , Ribeirão do Onça,
Ribeirão Pampulha. Etc.
Nos bairros de
BH deveriam asfaltar apenas as avenidas e ruas principais usadas por ônibus e
de trafego intenso , o restante das ruas continuaria com o calçamento de pedra
poliédrica drenando água pluvial.
Belo Horizonte
enfrenta atualmente, o grave problema da mobilidade urbana graças a liberação irresponsável
do IPI (Imposto Produtos Industrializados) pelo Governo Federal de incentivo à
compra de veículos significando o acréscimo diário de 600 veículos/dia o que
significa cerca de 150.000 veículos/ ano,com o mesmo sistema viário do Engº
Aarão Reis de 126 anos atrás (1897).
Em 1980/82
quando eu era Presidente do IAB-MG (Instituto de Arquitetos de Brasil secção de
Minas Gerais) , sugerimos à METROBEL (Órgão de Trafego e Transito em BH) que
implantou a experiência do prefeito Jaime Lerner de Curitiba (que visitei por
uma semana) com corredores centrais nas Avenidas para os ônibus de transportes
coletivo e assim foram construídos faixas centrais nas Avenidas Paraná e Av.
Santos Dumont que depois foi rejeitada e destruída pela nova administração da
BHTRANS/PBH. Agora em 2013 está sendo reimplantada pela BHTRANS dizendo que o
BRT (Bus Rapid Transport) é a solução do transporte coletivo em BH, acontece
que as linhas propostas vão esbarrar na emperrada solução dos viadutos da Lagoinha;
que ali fica congestionado e não anda.
A origem do BRT
(Ônibus Rápido) é oriunda da cidade de
Curitiba implantada pelo Prefeito arquiteto Jaime Lerner (duas vezes prefeito de Curitiba) e que já
foi aproveitado em mais de 200 metrópoles em todo o mundo , mas sempre com
referencias à cópia da solução de transito de Curitiba. Houve portanto um
retrocesso, de 33 anos que veio através da (BHTRANS/PBH) dizendo copiar a moderna
solução do BRT (Bus Rapid Transit) da Colômbia e dos Estados Unidos para
aplicar como nova solução de melhorias do transito para BH, denominado BRT que
agora é denominado MOVE.
O Grande
problema de BH é que quando a CBTU/RFFSA ao executar a única linha do METRÔ DE SUPERFICIE da Estação Eldorado à Estação
Vilarinho, suprimiu as linhas de trem de subúrbio que atendiam a várias cidades
em torno de BH (Sabará, Betim,Contagem, Nova Lima, Rio Acima, etc.) o que não
aconteceu com o Rio e São Paulo que permaneceram como transporte sitpúblico
ferroviários complementar de subúrbio. Daí o nosso METRÔ DE SUPERFICIE com
apenas 28,1 km , tendo apenas uma linha que transporta atualmente 160.000
passageiros/dia.
Para ajudar no
transporte dos moradores de BH a BHTRANS executou vários quilômetros de
ciclovias que ainda não deram certo por
falta de habito da população, sendo necessário criar bicicletário nas estações
de ônibus e metrô e outros incentivos como bicicletas publicas. Uma das
soluções aventadas por nós para a melhoria do trafego em BH é o de implantar
taxi-lotação nos principais corredores de transportes de BH, a fim de
possibilitar aos proprietários de automóveis usarem os taxi-lotação e deixarem
os carros na garagem. Além do METRÔ, é necessário que a RFFSA /CBTU voltem com
os trens de subúrbios para atender as cidades satélites. Belo Horizonte tem 2,4
milhões de habitantes e 1.500.000 de veículos e possui 2,3 habitantes por
veículos que leva em média 36,7 minutos no trajeto casa – trabalho.
O estacionamento
subterrâneo proposto pela PBH/BHTRANS para resolver o problema das vagas dos
veículos na área central de BH pode ter efeito contrario, pois estão previstos
3895 vagas somadas às 20906 vagas do rotativo que pode receber até 91.537
veículos. Isto significa incentivar o uso e o acréscimo destes veículos
circulando neste já congestionado centro urbano de BH . A solução da mobilidade
urbana é incentivar principalmente o uso
do transporte coletivo (Ônibus, metrô, taxi-lotação, trem subúrbio, e o MOVE
METROPOLITANO.
Em 1980 , na
gestão do prefeito Mauricio Campos com George Norman Kutowa na presidência da
BELOTUR e com a participação efetiva do
IAB-MG, do qual eu era Presidente, foi planejado a 33 anos atrás do PARQUE DAS
MANGABEIRAS com 2,4 milhões de metros quadrados, projeto do grande paisagista
Roberto Burle Marx em que estava planejado um teleférico que saia da praça Cidade
do Porto (Rua Trifania com Avenida
Bandeirantes) até o cume da Serra do
Curral com parada intermediaria na Praça das Águas.
Era para ser
realizado em PPP (Parceria Publico Privada) com restaurante, bar, lanchonete
panorâmica e local de camping/hotel; etc. tornando-se numa grande atração turística para BH na época
da COPA DO MUNDO (2014) e nas OLIMPIADAS DE 2016
Constata-se que BH ficou os
últimos 10 anos sem que o Governo Federal construísse 1 metro sequer de linha do METRÔ e a ultima vez que
isto aconteceu foi ainda no Governo FHC na gestão do presidente da CBTU (
Companhia Brasileira de Trens Urbanos ) Ziza
Valadares que me convidou para assistir a inauguração de nova
ESTAÇÃO VENDA NOVA ( Estação Vilarinho) integrado com os ônibus da Região
Norte.
Mas com a
proximidade das eleições presidenciais de 2014 o Governo Federal deverá liberar
mais de R$ 4 bilhões necessários para implantar a nova linha do METRÔ DE BH
como obra do Governo Federal, para eleger seu candidato a governador de Minas.
Acontece que não previram que a construção da nova linha subterrânea de metrô em
BH levará mais de 4 anos pois o subsolo na área central é de pedra gnaisse.
E como ficará BH
nestes quatro anos de espera pela conclusão da nova linha de METRÔ, sendo que
sofre um aumento de cerca de 150.000veiculo/ano, significando mais 600.000 veículos
em quatro anos???? Não gosto nem de pensar e acordo com pesadelo desta triste realidade
de BH.
(*) Arq. José Carlos
Laender Castro