segunda-feira, 1 de julho de 2013

Christina Oiticica e o seu ciclo "Caminhos Espirituais"

Por Arilda Costa McClive (*)

Christina Oiticica, esposa do escritor Paulo Coelho, concluiu em Assis, o ciclo  "Caminhos Espirituais". Uma experiência artística na cidade visitada por peregrinos de todo o mundo, que começou em 2007, no Caminho de Santiago, continuou no Japão, no Caminho de Kumano, e teve como ultimo palco  Umbria, na Itália. A localização não é aleatória:  Oiticica, lendo sobre as pequenas flores de São Francisco, ficou profundamente impressionada com sua simplicidade, pobreza e amor pela natureza.
Ano passado, dia 17 de junho de 2012, pinturas e outros objetos foram enterrados em Assis, em dois lugares diferentes. Na histórica Residencia e habitações de St. Crispino e no Nun Assisi Relais & Spa Museum Hotel.  Na ultima semana a artista voltou para desenterrá-los.
Oiticica também é conhecida no mundo todo por suas obras de arte, suas telas pintadas são deixados na terra, de nove a doze meses em harmonia com a natureza.  As obras são depositadas no chão, cavando com as mãos nuas, esticadas ou dobradas, polvilhadas com tintas de têmpera ou em pó num ritual quase místico aguardando a interferência da natureza. O resultado do trabalho da artista e' resultado meio a meio com o trabalho da Mãe terra. Numa experiencia mística Christina retrata nas suas pinturas  imagens alegóricas, ricas em simbolismo espiritual
O mesmo aconteceu em Assis, retratando a Rosa Mística, um símbolo de fé, o coração, símbolo do amor, da boca para a alimentação, o Sol e a Lua, represen

Christina Oiticica
São passos que a artista tem mostrado nas suas pinturas, junto com algumas frases do livro "O Alquimista" do Paulo Coelho. Nos dois eventos em  Assis foram enterrados alguns objetos de estimação, além de placas de alumínio e de cobre, misturando objetos flexíveis, com  rígidos . O resultado é imprevisível e sempre diferente.  

Christina Oiticica e Arilda McClive
A artista desenterra uma de suas obras
O ultimo desenterro das obras, esta semana em Assis, foi a conclusão  emocional do processo criativo de Oiticica. Antes de colocar as mãos na terra em busca de suas obras, ela declarou: "O resultado é sempre uma surpresa. Todo o processo criativo é importante, mas desenterrar para mim é uma fonte de grande emoção. " 
Paula Sendas presencia o desenterro das obras de Christina Oiticica
 Na sequencia do processo criativo, as pinturas e os objetos serão submetidos a um tratamento de limpeza e impermeabilização, mantendo intactos os sinais impressos pela natureza (terra, insetos, folhas). Obras que a artista pretende apresentar em breve na cidade de Assis, e em outras  importantes exposições internacionais.
Foi um prazer imensurável fazer parte da pequena comitiva, entre amigos, jornalistas e fotógrafos, que presenciaram este evento, em Assis/Itália.

 (*) Jornalista, fotógrafa, marchand d'art, diretoria da abramidia| mg

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