segunda-feira, 4 de março de 2013

Serviço de taxi da Capital pode melhorar com medidas simples e fiscalização.

Por José Aparecido Ribeiro
 
A Lei seca expõe para o belo-horizontino o que o turista já conhece há tempos sobre o serviço de táxi da cidade, especialmente os executivos que visitam a capital a negocio ou eventos. A deficiência não é só em numero de taxi e tempo de espera, que a cada dia fica maior, mas sobretudo em qualidade da frota e baixo nível de preparo dos condutores. A maioria dos motoristas não são proprietários dos veículos, eles alugam por uma diária que custa em média R$130 reias. O cuidado com a limpeza, higiene do veiculo e dos próprios condutores é de nível baixíssimo e preocupante.
Uma parcela significativa dos veículos são inapropriados para o clima e para a topografia da cidade, que tem muitos morros e clima quente. Ainda se vê rodando muitos carros mil, sem ar condicionado, desconfortáveis, com bancos traseiros apertados e inapropriados para o oficio de “carro de praça". Imagine um taxi com motor mil, movido a gás, levando 4 passageiros no Mirante das Mangabeiras em um dia de calor intenso e trânsito lento? Os que tem ar condicionado, boa parte, nunca trocou o filtro ou realizou limpeza no sistema de circulação e refrigeração. Sem contar a própria manutenção de amortecedores, pneus, cintos de segurança etc.
Quem anda muito de taxi pode constatar que é comum encontrar veículos com 300 mil quilômetros ou mais. A manutenção nem sempre é feita como manda o figurino. A Linha Verde tem sido palco de acidentes envolvendo veículos a caminho do Aeroporto de Confins, carros cujo os amortecedores costumam estar vencidos e os pneus em condições duvidosas, dirigidos por condutores que precisam correr para salvar o dia e não pagar para trabalhar. Veículos que não deveriam rodar em uma auto pista de fluxo intenso e velocidade de 110 km/hs, que não é respeitada por muitos.
Se não bastasse, um numero considerável tem porta malas ocupados com cilindros de gás, são sujos e mal cuidados. Não há fiscalização sobre aspectos mínimos de higienização, boa aparência do veículo e do condutor. Para alguns, o carro é também a moradia. Não é raro entrar em veículos que serviram como local de refeição dos seus condutores há alguns minutos. O cheiro de comida ou de cigarro, é perceptível ao adentrar ao veículo. Em dias de chuva, com vidros fechados, o ambiente torna-se insalubre e pouco recomendável. Bancos sujos, cintos de segurança ensebados, som alto, camisa aberta, palito na boca e por ai vai. Sem contar que muitos dos veículos servem às famílias dos seus proprietários no final de semana. A meia boca tem sido regra, e não exceção.
A Copa das Confederações esta chegando e BH passara pelo seu primeiro teste de fogo. A julgar pelo que se vê, salvo honrosas exceções, a cidade corre o risco de passar vexame. Quem viver, verá. Fica a sugestão para a BH Trans que precisa mudar as regras e considerar inclusive a obrigatoriedade de uniforme e quem sabe até boas práticas de higiene pessoal para quem quer ser taxita. A fiscalização precisa ser mais rígida e as Cooperativas podem ser convidadas a ajudar nesta empreitada. Com efeito, é com o motorista de taxi que o turista tem a primeira impressão sobre a cidade que está visitando e ele precisa saber disso, qualificando-se para surpreender positivamente.


José Aparecido Ribeiro
Consultor em mobilidade e assuntos urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
Diretor da ABIMEMG

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