segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por que tantas mortes nas Rodovias Federais de MG?

José Aparecido Ribeiro (*)
         
          Os números da PRF após o feriadão de carnaval dão conta de que o numero de acidentes caiu em todo o País, inclusive o numero de mortes. Porém, nas rodovias federais que atravessam MG as mortes aumentaram. As causas são muitas e a imprudência aparece como a grande vilã. Mas será que de fato ela é sozinha a causa de tantos óbitos? Há controvérsias e elas revelam que nem sempre a imprudência responde pela carnificina nas rodovias federais de MG. Na maioria dos acidentes com mortes há um outro elemento decisivo que continua sendo desconsiderado pelas autoridades federais: Elas acontecem por colisões frontais.

          Segundo dados da própria PRF, 40% dos acidentes são por colisões frontais e em mais de 85% deles, os envolvidos morrem presos às ferragens, ou a caminho dos hospitais em unidades de resgate. Se analisarmos os fatos, usando a lógica nos acidentes com mortes, a conclusão é muito simples: Bastaria que as rodovias fossem duplicadas, com afastamento de pistas ou barreiras físicas de aço ou concreto, separando as duas faixas, para deduzir que as mortes cairiam significativamente.

       Acidentes ocorrem por vários motivos: Inexperiência de motoristas para dirigir em rodovias, pistas molhadas, veículos velhos e sem manutenção, estradas construídas há mais de 60 anos, carros e caminhões cada vez mais potentes, rodovias sem manutenção, topografia, curvas acentuadas, falta de sinalização, drenagem deficiente, buracos, asfalto de ma qualidade, falta de fiscalização, alta velocidade, trafego de caminhões misturado aos de carro, carretas bi trem que dificultam a ultrapassagem de veículos com baixa potência, queda de barreiras, chuva, visibilidade comprometida no período noturno, uso do álcool, pressa, desatenção etc.

          Porém, se analisarmos os números e fizermos comparações, o estado de São Paulo, que tem uma frota 250% maior do que a de Minas tem 8 vezes menos mortes. La são 20 milhões de veículos e aqui são apenas 7,8 milhões. O motorista Paulista é brasileiro como o motorista Mineiro, mas rodovias que atravessam São Paulo, são todas duplicadas e construídas dentro de padrões rígidos de segurança. A conclusão é que enquanto as rodovias de Minas Gerais não forem duplicadas, o numero de mortes continuará aumentando, pois a cada dia, mais veículos ganham as estradas e mais pessoas viajam de carro. Sobretudo em períodos que as passagens aéreas estão caras.
 
           Com efeito, não basta colocar a culpa dos acidentes nos imprudentes, até por que, toda vez que um imprudente age, ele acaba causando dano a motoristas que cumpriam suas obrigações ao volante. É dever da União proteger os prudentes dos imprudentes, construindo rodovias minimamente seguras, que possam evitar as colisões frontais, e por consequências as mortes que ocorrem em mais de 85% desta categoria de acidentes. Os números de São Paulo é a prova disso.

(*) José Aparecido Ribeiro
Diretor da ABIMEMG-Associaçãp Brasileira de Imprensa, Mídias Eletrônicas e Digitais Minas Gerais
Consultor em Transito, Mobilidade e Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
Fundador do Movimento SOS Rodovias Federais

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