quinta-feira, 9 de maio de 2013

Em defesa da comunicação de Minas

Em defesa da comunicação de Minas


Fonte: Portal Estado de Minas

Empresários da produção e publicitários sempre se entenderam, sempre falaram a mesma língua em Minas simplesmente porque sempre tiveram os mesmos objetivos: crescer, expandir-se, gerar bons resultados. Tem sido assim, foi assim durante décadas, desde as primeiras experiências com o varejo – que enchia as páginas dos jornais de domingo com móveis, calças, camisas e brinquedos, além dos produtos de beleza – até o ronco dos motores do parque metal-mecânico que aqui se instalou.

Os publicitários são profissionais de aguda sensibilidade. Com o mesmo empenho com que vendem o carro zero negociam o par de tênis, mostram os melhores lugares para o descanso nas férias, indicam onde se pode viver com mais segurança e onde os imóveis são mais acessíveis. Conhecem os problemas, aceitam desafios, gostam deles, calculam quando o cliente pode e deve investir e, mais do que isso, conhecem o terreno onde pisam.

O publicitário é especialista em vender e, para isso, nas páginas impressas e nos vídeos tem uma língua afiada, a única ferramenta que se afia ainda mais pelo uso constante. Certamente que estou usando a imagem da língua afiada atrelada ao talento do texto, com suas criações magníficas. É o profissional da frase curta, do verbo bem escolhido, da mensagem direta e sem direito a dúvidas.

Minas Gerais sempre forneceu os melhores artesãos do texto. Em São Paulo, Rio ou Brasília haverá sempre na linha de frente um mineiro ou mineira para lá atraídos por motivos insondáveis, mas com o coração plantado nas curvas do Rio São Francisco. Não se é mineiro de graça, dizia um escritor famoso, nem se nasceu aqui por acaso.

Também as empresas criadas nestas terras têm histórias a contar. Empregaram milhares de pessoas, pagaram fortunas imensas em impostos, ajudaram o estado a se desenvolver, lutaram contra o conformismo porque seus gestores sempre souberam, desde quando se extraía o ouro nas bateias, que ele é o carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento. É por isso que em todos os dias 21 de abril Ouro Preto se engalana para celebrar a liberdade.

Agora, contudo, ventos adversos começam a soprar contra o talento, espancar a inteligência, incomodar a criatividade e ameaçar a produção. Alguns clientes de reconhecida capacidade financeira estão migrando suas contas para agências de outras praças, certamente influenciados pela capacidade de persuasão de seus profissionais de contato, de atendimento.

Será que os empresários mineiros acreditam que uma agência paulistana é capaz de produzir uma campanha a preços mais singelos do que se fosse feita em Minas? Será? Por que motivo a multinacional Iveco, tão bem acolhida em Minas a ponto de se transformar em motivo de orgulho regional, troca de agência e concede a outros o direito de vender suas máquinas?

E o pão de queijo, tradição e hábito que se confunde com a história de Minas, sai de nossos limites e busca competência em outras terras para dizer como tomamos o café da manhã ou o lanche da tarde? Será possível? É inaceitável mas é possível.

Para lutar contra isso a Associação Comercial de Minas vai lançar amanhã, 7 de maio, o Conselho Empresarial da Comunicação. Esse conselho deverá abrigar toda a cadeia produtiva da comunicação, sempre zelando pelas boas práticas no mercado, ofertando treinamento, qualificação e orientação. Minas faz benfeito, todos sabemos, mas não custa um certo aprimoramento para fazer muito melhor. Teremos o Prêmio Minas de Comunicação, Minas em Cannes e todos os eventos realizados ao longo do ano. A bem da verdade, o governo de Minas também faz sua parte desenvolvendo o “Fórum mineiro de ideias”, onde se pretende debater negócios criativos.

Estamos preparando a reação. Estamos formando fileiras para defender nossos interesses e não pensem que são atos pequenos. Ainda que fossem, os atos pequenos que se executam são melhores que todos aqueles grandes que apenas se planejam. Nesse esforço não haverá discrição. Minas sempre soube que discrição é saber dissimular o que não se pode remediar.

Edison Zenóbio
Diretor-geral do Estado de Minas

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