segunda-feira, 24 de abril de 2017

AGRONEGÓCIO : Olhar amplo e atento dentro e fora da porteira


 Por Manoel Mário de Souza Barros (*)

                      O Brasil vive um momento histórico relacionado ao agronegócio. Relatórios econômicos internacionais dão conta de um recuo de  2,1 % nos preços dos alimentos à estagnação da economia, a mudança do câmbio e os fatores climáticos. Os últimos seis meses foram atípicos na história da inflação brasileira. Esta deflação de 2,1% nos alimentos retirou a culpa de nossa comida de ser o grande vilão inflacionário.

                         Foi a primeira retração do gênero, entre os meses de setembro e fevereiro desde 1991, ano em que se iniciou a série histórica da inflação de alimentos.

                         Entendemos ainda, que neste ano a carne também poderá cair de preço e ajudar a puxar a inflação para baixo, mesmo ainda, com alguns embargos serem mantidos por alguns países.


                        Evidentemente, que a malfadada operação “carne fraca”, não terá outras conseqüências em outras cadeias produtivas no país. Os preços dos alimentos caíram consecutivamente por seis meses, e notadamente não continuarao caindo. No entanto, a queda não ocorreu na virada do ano, mas entre o primeiro e o terceiro trimestre.


                         As nossas matérias primas do agronegócio no Brasil, entram na composição de produtos em diversos outros setores. O efeito se espalhou. Cerca, por exemplo de 70% da ração na avicultura é o milho. Então, o frango ficou mais barato. Nossa alimentação, fora de casa sofreu um impacto de 25% sobre o preço desses alimentos.


                        Assim, houve retração também no setor de serviços. Vivemos um choque de oferta nos alimentos, só que é um choque positivo que reduz os preços. 


                         O comportamento dos preços da comida foi tão inesperado, que na média, desde setembro,  vários analistas de mercado e também vários jornalistas econômicos, acabaram prevendo índices inflacionários mais altos, do que efetivamente se viu.

                 Finalizando nosso entendimento, a propalada estagnação econômica brasileira, juntos com os fatores já mencionados, reduziram o consumo e aumentou a oferta.


                   Com o câmbio baixo, deixaram as importações mais baratas e nosso clima que favoreceu nossas colheitas. Nossos alimentos de vários tipos ficaram mais em conta, desde frutas, legumes, os chamados” hortifrutigranjeiros”, produzidos pelos pequenos produtores da agricultura familiar e até as grandes matérias primas agrícolas como o milho e a soja, que tem cotação internacional.



 (*) Superintendente Regional da Cia. Nacional de Abastecimento de São Paulo.
Diretor do Agronegócio da Câmara Internacional de Negócios.
Conselheiro do CEDAF do Governo do Estado de São Paulo e do CONSEA do Gabinete do Governador do Estado de São Paulo. 

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