quarta-feira, 10 de junho de 2015

A FIOL E O ANEL DA SOJA

 Por Hildeberto Aleluia, jornalista

A FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) está na ordem dos acontecimentos. Nos últimos dias dezenas de matérias surgiram em quase todos os veículos de comunicação do País, especialmente depois que esta Agencia Rio  publicou aqui artigo sobre o Anel da Soja.  Ela é de suma importância para o Oeste da Bahia e todo o anel da Soja. Mais ainda para as minas que estão sendo exploradas no trajeto e cujo transporte, a exemplo da produção agrícola é feito por caminhões encarecendo brutalmente o custo de produção da região.

Este último traçado da Ferrovia é o terceiro nos últimos cem anos. O primeiro foi gestado após o movimento conhecido na história do Brasil como TENETISMO, em 1922 quando um grupo de tenentes do Exército, rebelados, exigiram do governo da época ação e democracia. Desejavam integrar o país e desenvolve-lo para combater a miséria. Anos depois o projeto foi abandonado e em algumas regiões da Bahia pode ser visto ainda hoje pontes e túneis dessa primeira tentativa.

Algumas décadas mais tarde, já no governo Juscelino Kubistchek o projeto foi retomado, alguns bilhões foram investidos até o governo Jânio Quadros e em seguida novamente paralisados. Ainda hoje é possível se ver, em alguns trechos no mesmo interior da Bahia diversos obras abandonadas dessa segunda tentativa. E a terceira, que está em curso vem desde o governo Sarney. Lá se vão mais de 25 anos. E a obra está quase que totalmente parada. Sou testemunha ocular do que lá acontece: quando se aproximam as eleições o governo retoma a obra, as prefeituras e candidatos indicam as contratações que os ajudam a elegerem-se com os empregos, arranjados, as máquinas e homens começam a trabalhar e menos de um ano depois vêm às dispensas, as máquinas silenciam, a movimentação no traçado arrefece, falta dinheiro e a obra para. Tem sido assim nos últimos anos.

Essa ferrovia está destinada a se conectar com a outra chamada Norte-Sul que se encontraria com a FIOL no meio dos estados de Goiás e Tocantins, atravessaria todo o oeste da Bahia e desembocaria em Ilhéus onde deveria haver um porto já planejado e anunciado pelo Governo, destinado a exportar a produção não só do Anel da Soja como também o que é produzido em Goiás, no Tocantins, no Piauí e até no Maranhão. Como se pode concluir, trata-se de uma obra de infraestrutura superimportante para o país e para a produção do Centro Oeste brasileiro.

Se o governo não consegue terminar a ferrovia porque não tem dinheiro como irá construir o porto? E se a ferrovia ficar pronta para onde ela vai levar a carga? Para lugar nenhum sem o novo porto de Ilhéus. Está mais do que na hora dos produtores rurais da região se reunirem, formarem uma comissão e desembarcarem em Brasília para pressionar o governo a privatizar a ferrovia e o porto de ilhéus num só pacote.
Hildeberto aleluia está conhecendo e estudando o o oeste da Bahia

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