Por
Vívian de Assis
Decidi
escrever sobre esse artigo por me indagar muitas vezes pelo procedimento
diferente que algumas pessoas adotam tanto na vida real quanto na virtual.
De
fato, muitas pessoas praticam seus modos e ideias de uma maneira tão diferente
na virtual que, quando se entrelaçam com a pessoal, observo a discrepância. Na
maioria das vezes, a visão que temos de cada um de nós ou de um fato ou versão
sobre a nossa própria vida é diferente de quando opinamos cara a cara. Nossa
linguagem é diferente, mas nas redes sociais, observa-se um certo vocabulário,
hostil e não gentil.
São
inúmeras redes sociais no mundo e você já se perguntou quantas utilizam? Por
quê? Para quê? Vai fazer diferença?
Aí
depende mesmo é de nossa virtude, de nosso caráter, de como nos comportamos.
Precisava desabafar algo pessoal em redes sociais, mas pra que fazemos isso? Na
verdade nem sei bem explicar, pois nosso posicionamento na vida virtual deveria
ser o mesmo na real.
Quem
nunca brigou, discutiu, desabafou, indagou, criticou ou até mesmo se conformou
e se calou diante de certos assuntos que nos bombardeiam hora a hora em nossas
redes sociais? Mas será que são os mesmos em nossas vidas reais, pessoais?
Creio que não!
Assuntos
como religião, política e economia são temáticas corriqueiras em nosso dia a
dia, mas como falamos pessoalmente sobre tais questões? Observa-se um respeito,
o tom de voz é diferente, o movimento corporal segue o verbal, mas nas redes
sociais, nossa, que diferença! E assusta pela visão e opinião deturpada que não
coincide com a realidade.
Estamos
na era da grosseria on-line, assim define a matéria, de Bruno Ferrari e
Gabriela Varella, da revista Época, quando cresce a intolerância nas redes
sociais, onde proliferam os “idiotas da aldeia”. Não há um consenso sobre a
relação de causa-efeito entre a tecnologia usada pelas redes sociais e uma
eventual mudança de comportamento de seus usuários. Assim define a reportagem.
Analisando
essa matéria, me pergunto quantas vezes já ouvi falar sobre o que postamos nas
redes sociais. Não quer dizer que em nossas vidas não significam o que
realmente pensamos, ou mesmo como nos posicionamos.
Observa-se
que o que postamos na internet, muitas vezes, não é o que vivemos, talvez seja
o que sentimos naquele momento, ou até o que queríamos ser, e não somos! Então
somos uma mentira? Acho que não, mas mentimos para nós mesmos, para virtualizar
aquilo que mais desejamos em nosso profundo desejo humano. Sermos melhores do
que realmente somos!
Dessa
forma se alivia o peso da vida, da realidade, então começamos a acreditar
realmente que o virtual se torne real um dia!
Sim,
as redes sociais estão presentes em nosso dia a dia. Mas até onde elas podem
influenciar a nossa conduta na sociedade? Será que é possível ter noção de sua
força e influência? Mesmo em simples aplicativos que nos permitem o
compartilhamento de ideias e fotos, bate papos, onde se criam grupos, e logo se
promovem encontros de amigos e familiares, incentivando relacionamentos? Ou
não?
No
artigo Redes sociais e relações interpessoais
– qual o impacto?
A psicóloga Andreia Cavaca indaga se as relações pessoais estabelecidas
pessoalmente são semelhantes ao tipo de relação estabelecida virtualmente.
Será
um novo jeito de participarmos dessa sociedade, de sermos aceitos, com
interesses em comum, mesmo em um mínimo espaço de tempo? Tudo fica rápido, em
apenas um clique nos perdemos, não por não sabermos quem somos e sim pelo fato
que a vida continua a mesma, mesmo com a realidade virtual nos imitando!
Mas
somos nós que a alimentamos, pois temos sede e fome de nossa própria
existência, durante a qual geralmente pela nossa inocência temos esse intuito
compulsivo de compartilhar informações, conhecimentos, interesses e esforços em
busca de objetivos comuns.
Assim
como o virtual tem sua importância, nossas vidas reais também têm. Mas estamos
deixando de lado o nosso tempo e espaço, cada vez mais influenciando o destino
de dezenas de pessoas, através da disponibilização de informações relevantes e
até irrelevantes.
Nesse
sistema social virtual as relações interpessoais, diferentemente do que muitos
pensam, as redes aproximam ou distanciam pessoas e ideias, tornando-se um palco
de discussões e divulgação para muitos de nós.
E
isso só reafirma a influência forte que a internet, como as redes sociais,
exercem sobre as pessoas. Assim, como o livre arbítrio, cabe a cada usuário,
nós, como cidadãos de valores, refletir e escolher que conteúdos pretendemos
acessar e divulgar.
Neste
contexto, cabe a nós mesmos fazermos uma longa reflexão sobre nosso comportamento,
tanto na vida real quanto na vida virtual, mas apenas isso[1] [2] não basta!
É
necessário um olhar diferenciado para nossas atitudes em público ou
virtualmente e que não deixemos a humanização das relações se perderem,
aproximando as pessoas e ajudando a estabelecer relacionamentos baseados no
respeito mútuo e bom senso.